Vender (também) é feminino!!
Será que quando pensamos em pessoas na área comercial, a primeira imagem que nos vem à cabeça, é de uma mulher? Ou quando pensamos em CEOs, conseguimos imaginar imediatamente uma mulher?
Se a tua resposta, como a minha, for verdadeira, vais assumir que provavelmente não foi… E quase que adivinho, que sendo nós, na maioria, fruto de uma educação europeia judaico-cristã, imaginamos um homem branco, de meia-idade, de fato e gravata…
Isto porque o nosso cérebro aprende por imagens, sons e sensações e vamos construindo as nossas próprias definições de acordo com o que nos é alimentado, desde muito jovens. Por isso, não é expectável que imaginemos muito fora da caixa. Aliás, todo o sistema de ensino está pensado para que não pensemos fora da caixa e acabamos por ficar presos nesse enredo que nos é dado ao longo de anos de ensinamentos programados…
Ora, num mês dedicado (pelo menos em parte) às mulheres, convém que vamos mudando a narrativa, para que num futuro, as imagens sejam ligeiramente diferentes!
E acredito que neste momento, tenho alguns homens (e se calhar algumas mulheres) a revirar os olhos e a pensar: lá vem ela com aquela conversa feminista…
Mas, é mentira! Venho com uma conversa de igualdade! Aliás, de equidade! Porque ser feminista (pelo menos no meu dicionário), significa lutar pelos direitos da mulher, para que tenhamos equidade de tratamento e de oportunidades em relação aos homens! E isso, devia mesmo ser algo que, XXI séculos depois de Cristo (grande pregador da igualdade e equidade e justiça), já deveria ser tão natural que nem sequer devia haver dúvidas sobre o que é! Mesmo assim, continua a haver dificuldades em definir e explicar como essa equidade e justiça deve parecer e ser aplicada…
E quem são os grande culpados? As mulheres!
Continuo a acreditar que vivemos numa sociedade matriarcal! Mas, matriarcal para dentro de portas! Fora destas, na vertente mais pública e social, continua a ser uma sociedade de homens. E para os homens que tenham torcido o nariz ao ler este paragrafo, perguntem-se: quantos de vocês, homens, se gabam de mudar as fraldas aos vossos filhos? Quantos de vocês, homens, no bar no meio de outros homens de cerveja na mão, assumem que limpam a casa (que vocês também habitam)?
Pois… Percebem porque é que ainda há muito a fazer?
E também na área comercial. E nas empresas. Se uma comercial tem um palminho de cara ou corpo, essa será sempre a razão porque tem bons resultados… Quando usa decotes ou saias curtas ou calças apertadas, essa é a razão do seu sucesso… Se não tem estes comportamentos e continua a ter bons resultados, provavelmente é demasiado amiga do chefe…
E todos nós (homens e mulheres) já ouvimos estes comentários. Alguns de nós, já os fizemos! E quando os ouvimos e sabíamos que eram falsos, acredito que poucos de nós os desdizemos… Por medo do ambiente, por medo do próximo comentário ser sobre nós, por medo de desagradar… Ou ainda mais grave: por não termos percebido o alcance que o nosso silêncio pode ter!
Que o Dia da Mulher não sirva só para celebrar as conquistas do passado; que sirva também para tomarmos consciência do tanto que ainda há por fazer e alcançar! Porque um mundo onde haja mais mulheres a terem e a viverem os mesmos direitos que os homens só pode ser melhor!
Afinal, todos sabemos onde a versão desequilibrada nos trouxe, certo???
Cristina Sousa
Consultora de Excelência Pessoal e IHTP Business Development Academy Manager