Líder: A importância de estar sempre a aprender!

Líder: A importância de estar sempre a aprender!

Ainda me recordo do momento em que, há uns anos atrás, um oficial superior das Forças Armadas Portuguesas foi nomeado líder. Reuniu a sua equipa de mais de 300 homens logo após ter assumido o comando e proferiu o seguinte:

Quando iniciei os estudos na escola das ciências militares, um professor disse para estarmos atentos e despreocupados. Atentos para podermos absorver tudo aquilo que tinham para nos ensinar. Despreocupados porque tudo o que precisaríamos de saber para liderar pessoas iria fazer parte de nós ao terminarmos o curso com aproveitamento.

Ainda bem que não acreditei, pois era mentira. Todos os dias, eu aprendo sobre pessoas e sobre coisas que tenho que desenvolver para ser um líder melhor! Estamos sempre a evoluir ou a regredir. Nunca estamos estagnados, ao contrário do que algumas vezes se ouve dizer.

Se estamos em constante desenvolvimento, crescimento ou aprendizagem, estamos a crescer. Se paramos no tempo ou reparamos que durante um período significativo as coisas não correm como corriam antes, então “estagnamos”. Na realidade, isto é regredir, pois tudo à nossa volta continua a “andar para a frente”.

Acreditar que já se sabe tudo e não querer aprender é um grande passo para o fracasso e regressão. Não podemos evoluir como pessoas e profissionais se não cultivarmos o hábito da aprendizagem contínua.

A vida militar e a sua organização dão a quem por lá passa ferramentas importantes para o desenvolvimento pessoal. Descubra 4 princípios militares fundamentais para quem pretende evoluir como pessoa e como líder.

 

1. Um líder tem de estar vigilante no campo de batalha

Estar vigilante significa estar presente, focado, atento e, acima de tudo, consciente. O campo de batalha representa a nossa área de atuação no dia-a-dia. Esta área tanto pode ser a nível profissional, familiar, pessoal, etc.

Como é que se pode traduzir este princípio para a prática do “Guerreiro Contemporâneo”, do líder? Criando empatia com as pessoas à nossa volta. Aprendendo verdadeiramente o motivo que está por trás das suas palavras e ações. Só este princípio traduz-se numa mais-valia enorme.

Ao aprendermos com os outros, através dos seus comportamentos, conseguimos compreender melhor as pessoas. E como tudo na vida está ligado às pessoas, conseguimos adaptar-nos melhor às diferentes realidades. Consequentemente, melhoramos a forma como nos ligamos uns aos outros.

Para tal acontecer, é necessário desenvolver os nossos sentidos de forma a terem um upgrade de última geração. Dois pontos importantes neste campo são a visão e a audição. Em vez de ver, é preciso observar e, em vez de ouvir, é necessário escutar. A diferença está no nível de atenção e empatia que se coloca nos outros.

Com a prática e aprendizagem contínua desta arte de estar presente (vigilante), vai-se desenvolvendo a capacidade de entender melhor os outros. Esta situação tem como consequência sermos também melhor entendidos e melhores líderes.

 

2. Um líder tem de ter sempre o mapa à mão

O mapa não é o terreno, mas sim uma representação do terreno. Logo, quanto mais se estudar o mapa, mais se compreende o terreno. Mais se aprende sobre onde estamos, para onde vamos e qual o caminho para lá chegar.

Isso quer dizer que vamos andar a navegar no dia-a-dia com um mapa debaixo do braço como se estivéssemos a fazer uma caça ao tesouro? Não! O mapa aqui representa a leitura de um livro. Quando sabemos onde estamos, para onde queremos ir e qual o caminho a seguir, então o mapa vai ajudar a perceber em que ponto do itinerário estamos. Estas fases são necessárias para se ter sucesso em qualquer área das nossas vidas: profissional, pessoal, saúde, relacionamentos, empresarial, etc.

Se ainda não definiu estes passos e os pretende desenvolver, entre em contacto connosco para o ajudarmos. Se o objetivo é desenvolver uma competência, pode-se assimilar ao ler um livro sobre o tema. Pode-se aprender com os anos de experiência de alguns profissionais através de uma leitura de apenas alguns dias.

Deve-se estudar quando se sabe muito ou pouco. E também quando já se encontrou o caminho certo ou quando ainda existe uma ferramenta que necessita para progredir. Neste caso, ter o mapa sempre à mão significa ter a disciplina de ler todos os dias.

Há quem sugira que a leitura diária de 15 minutos potencia o desenvolvimento e aprendizagem de forma incrível ao longo do tempo. É desta forma que comparo o “caminho desenhado nos livros” com o que percorro no “terreno da minha vida”. Assim, aprendo, aplico e melhoro!

 

3. Um líder tem de saber usar a bússola

A bússola tem uma particularidade: está sempre a indicar o Norte. Portanto, é um excelente guia quando estamos a navegar no terreno com o auxílio de um mapa. Sem este objeto, corre-se o risco de andar na direção errada e de se afastar do destino pretendido.

No nosso caso, a bússola representa formação com pessoas que possuem o conhecimento de que precisamos. Quem quer ser médico, vai aprender Medicina. Não vai a casa da avó perguntar para que servem os medicamentos. Quem quer aprender a conduzir, inscreve-se numa escola de condução. Não pede ao tio para lhe dar umas dicas. Quando se quer melhorar competências e desenvolver certas áreas da nossa vida, como é o caso da liderança, a melhor maneira de aprender é com os melhores!

Usar a bússola representa, na prática, aprender com os melhores. Assim, é importante fazer uma formação, um curso ou um workshop. Além disso, é fundamental ter um mentor/coach e aprender com pessoas que realmente admira e com quem partilha valores. Estas são como bússolas que conseguem orientar com o seu conhecimento.

Por fim, é recomendado fazer formação presencial e com pessoas que tenham conhecimentos mais vastos numa determinada área. Os valores devem estar sempre alinhados aos nossos, de forma a podermos avançar no caminho pretendido. Assim, é possível conseguir estimular a mente e evoluir.

Já Albert Einstein dizia: “Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. Quando aprendemos com os melhores, nós próprios ficamos melhores!

 

4. Um líder precisa de estudar a natureza

Estudar a natureza significa que cada pessoa se deve conhecer a si própria. Considero este um dos princípios mais importantes para quem quer ser um líder. De facto, estar atento à nossa própria natureza permite-nos perceber o que precisamos a cada momento e de que forma devemos agir.

No primeiro princípio, a essência era criar empatia e estar presente. Neste caso, acresce o facto de entendermos, através das nossas próprias palavras e ações, como melhorar. Existe um exercício que, quando praticado diariamente, nos permite estudar e melhorar a nossa natureza:

No final do dia, devemos relembrar um episódio que ocorreu connosco e que gostaríamos que tivesse tido outro resultado. Pode ter acontecido assim devido a uma palavra ou a uma ação nossa. Basicamente, é como se estivéssemos a ver um filme na televisão, sem julgar e apenas a diagnosticar a situação.

Depois de ver o que aconteceu, identificamos o que temos que melhorar naquele episódio. Uma vez identificada a situação, definimos qual a melhor alternativa de palavras e ações a tomar. Percebemos o que deveria ter sido feito ou dito naquele episódio.

A seguir, revemos o filme já com a nova alteração e atingindo o efeito desejado. Podemos repetir as vezes necessárias até ficarmos satisfeitos com o resultado. Com este exercício, estamos a treinar o nosso cérebro para fazer o que queremos numa situação idêntica no futuro.

Se diariamente estivermos conscientes do nosso dia e tirarmos uma lição da nossa experiência, evoluímos como pessoa e como líder. Esta capacidade é especialmente importante na área da autoliderança.

 

Em resumo, 4 ações para aprender e evoluir enquanto líder:

  1. Criar empatia com os outros (estar vigilante no campo de batalha);
  2. Ler livros todos os dias, no mínimo 15 minutos, sobre competências que queira desenvolver (ter sempre o mapa à mão);
  3. Encontrar os melhores e aprender com eles frequentemente (usar a bússola);
  4. Aprender diariamente uma lição com as experiências do nosso próprio dia-a-dia (estudar a natureza).

Por fim, deixo as citações de dois grandes homens, sobre as quais vale a pena refletir. Uma delas com mais de 2.000 anos, a outra mais contemporânea.

 

Se conhecermos o inimigo e a nós mesmos, não precisaremos de temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecermos, mas não o inimigo, para cada vitória, sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao nosso inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas. – Sun Tzu, A Arte da Guerra

 

A mudança é inevitável, mas o progresso é opcional. – Tony Robbins

 

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Edgardo Lopes
Consultor IHTP Academia de Liderança
Sargento do Exército Português

 

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