Porque os vendedores também sangram
Então, a economia está a crescer, mas a inflação continua a aumentar… As taxas de juro vão continuar a subir e a taxa de aforro dos portugueses está a descer… Todas estas notícias não trazem sossego à atividade comercial. Muitos menos aos comerciais que andam todos os dias na rua e que todos os dias ouvem as queixas e as dúvidas dos clientes.
E por muito positivos que sejamos, há um momento em que as nossas cabeças começam a perguntar:
e se eles tiverem razão?
E se realmente isto começar a abrandar?
Como vão ficar as minhas vendas?
O que vai acontecer aos meus clientes?
Quem será que sobreviverá nesse novo mercado?…
Uma coisa é certa: nós somos o que pensamos! E tudo o que fazemos, começa com o que anda à solta na nossa cabeça. Por isso, e se queremos ser a resposta positiva à última pergunta e queremos sobreviver como comerciais, temos de controlar o que pensamos.
E como o fazemos? Pensando cada vez mais no que queremos e diminuindo os pensamentos que nos fazem ser menos ou fazer menos.
Sei que requer que estejamos em alerta constante. Mas, é mesmo a única forma de continuar a ter cada vez mais sucesso. Deixo a pergunta: como pensa o/a melhor comercial que conhece? Se é mesmo bom/boa, arrisco-me a dizer que pensa sempre que terá sucesso em todos os contactos que faz! E fecha todos os negócios? Provavelmente não; mas, fecha mais do que a maioria e tem clientes fidelizados mais tempo do que qualquer outro/a!
Porquê? Porque tudo começa na forma como pensa! E esse/a comercial pensa sempre em sucesso!
Então, como é que se pensa em sucesso? A resposta óbvia é pensando… Mas, mais do que isso pode ser feito por qualquer um de nós. Ora, o nosso cérebro alimenta-se de imagens, de sons e de sensações. Então, vamos dar-lhe filmes que contem a história do que queremos. E esses filmes, há medida que os vamos criando, vão ganhando realidade.
Primeiro dentro da nossa cabeça; depois, nas “coincidências” que vão começando a acontecer, como por exemplo, pensar num cliente e ser ele a ligar-lhe.
Todos nós já ouvimos estas histórias: de comerciais que parecem que tudo o que tocam se torna em negócio! Esse toque de Midas começa sempre na forma de pensar no que queremos. E o que queremos tem de estar claro na nossa cabeça! E cada vez mais claro!
Por isso, se ainda não tem o hábito de imaginar o futuro que pretende, desafio-o/a a começar a fazê-lo. E a fazê-lo com cada vez mais nitidez.
E deixe-me partilhar um ou duas ideias sobre estes filmes mentais que vai fazer.
Primeiro, não tenha medo de imaginar em grande. Nesta fase, só se passam dentro da sua cabeça; não tem de os partilhar com ninguém. Por isso, pode ter as ideias mais grandiosas que quiser sem ter medo de o/a ridicularizarem ou julgarem. Obviamente, se se sentir à vontade para partilhar as suas ideias com alguém de confiança, essa realidade começa a sair da sua cabeça e a ganhar uma realidade cada vez mais real.
Segundo, não se sinta limitado pela realidade que é a sua vida neste momento. Aliás, um dos objectivos deste exercício é exactamente esse: esquecer a realidade que vive e começar a criar a realidade que quer. Mesmo que a sua existência seja a mais modesta actualmente, permita-se imaginar como gostaria que fosse. Quanto maior for o que pensa, mais poderoso se torna esse pensamento.
A seguir ter criado essa nova realidade futura em que viverá, a cada vez que a passar na sua cabeça, vá acrescentando pormenores. Por exemplo, se imaginar uma casa, vá acrescentando flores, cores, pessoas, etc; todos os detalhes que queira e deseje. E conseguindo, veja-o sempre numa perspectiva de quem está mesmo no filme, como se fosse uma personagem. Ou seja, a perspectiva em que vê o filme é de dentro do filme, como se a acção se desenrolasse à sua volta.
E, por fim, veja este filme vezes sem conta. Comece o dia a vê-lo; termine o dia a agradecer o que aconteceu e volte a visitar a sua vida futura; veja-o enquanto toma banho; veja-o enquanto faz exercício; veja-o sempre que se encontre sem nada que fazer. Permita que a sua mente conheça esta sua vida futura como se já fosse uma realidade.
Vai ver que se torna muito mais fácil fazer orelhas moucas a tudo o que acontece à sua volta. E se torna muito mais fácil resistir a todas as circunstâncias económicas, pessoais ou de qualquer outra natureza que possam existir. Torna-se mais interessante viver!
Cristina Sousa
IHTP Business Development Manager