SER COMERCIAL/VENDEDOR NO NATAL E FINAL DE ANO
Ser comercial/vendedor é especial, todos o sabemos. Sentimos isso na pele todos os dias. Mas mais do que ser especial, é único! Não há mais ninguém que veja o mundo e o passar dos dias como nós, vendedores.
É uma eterna contagem decrescente. Há sempre prazos e objetivos a atingir. Há tarefas a cumprir. Há pessoas com quem falar. Há encomendas para entregar. Há faturas a emitir. Há valores a cobrar. E há que ter tempo para tudo isso…
Esta altura do ano, naturalmente, convida-nos a duas coisas: por um lado, a acelerar (especialmente se os nossos objetivos ainda não estão cumpridos), e, por isso, vamos vivendo momentos de euforia por cada negócio fechado (pequeno ou grande), como se não houvesse amanhã (em muitos casos, não vai haver ou vai já ser tarde demais…); por outro lado, a pensar no futuro, no próximo ano, nos próximos anos. E isso convida à reflexão e à paragem. A passarmos tempos a sós com os nossos pensamentos (os mais sagazes procuram a ajuda especializada de um/a coach, que sempre ajuda a perspetivar e a delinear melhor planos futuros) e a entendermos o que a nossa cabeça e o nosso corpo nos pedem.
Então, é nesta encruzilhada de forças opostas que vivemos este mês de dezembro. E, arrisco-me a dizer, que é dos meses que passa mais depressa. Se a isto juntarmos toda a loucura da corrida às prendas, às deslocações para a aldeia, às listas de pessoas para quem temos de ter uma pequena lembrança, das horas infindáveis de escolha do que dar ou o planeamento para os dias em que não estamos, a pressão pode ser imensa.
Imensa, não insuportável. Porque somos vendedores(as) e estamos habituados a pressão! Mas será que este comportamento está correto?
Arrisco-me de novo a dizer que por estarmos habituados a ela é que devemos mesmo parar. Cada vez mais há estudos que provam que viver constantemente neste mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), faz com os nossos níveis de adrenalina e cortisol nunca baixem. E se precisamos destes para quando enfrentamos situações de perigo ou pressão, viver constantemente com estes níveis elevados, coloca o corpo num estado de toxicidade também elevado. O que não ajuda o corpo e não ajuda a mente. E se esta manda naquele, também não pode viver sem ele. Por isso, encontrar formas de libertar vapor do nosso dia a dia caótico tem de existir. Já não é uma questão de querer, é uma questão de sobrevivência e de longevidade.
E pode ser o que quiser, o que o/a faça relaxar: uma caminhada de 10 minutos ao sol depois de almoço; pode ser um treino no ginásio todas as manhãs ou ao final da tarde; pode ser meditar; pode ser ler um livro; pode ser tomar um café na sua varanda todas as manhãs; pode ser ver a sua série preferida ao final do dia. Seja o que for que escolha, que seja algo que se integra na sua vida e que o faz sentir bem. Se for algo que lhe traga mais stress à sua agenda ou que o/a faça não querer fazer, escolha outra coisa. O objetivo aqui é descomprimir e baixar níveis de adrenalina e cortisol e subir níveis de serotonina. Que seja algo que lhe dê prazer.
E se optar por algo mais físico e não estiver habituado, não desista à primeira cãibra ou à primeira respiração ofegante. Persista! A sua saúde agradece!
E, acima de tudo, olhe para a sua vida com perspetiva. Para o que já tem, para o que já alcançou, para as pessoas que tem na sua vida, para todo o bom que existe à sua volta. Para além do tudo de bom o que o Universo ainda lhe vai trazer nos próximos tempos. E essa perspetiva faz com que o Natal seja apenas o Natal e o mês de dezembro, apenas o último mês do ano. E Feliz Natal!
Cristina Sousa
Consultora, Trainer e Coach IHTP
Muitos parabéns pelo artigo.
Excelente artigo para nos fazer parar um pouco e pensar. Obrigada Cristina Sousa