Exercício na meia-idade
Sim, estou a chegar aos 50…
E apesar de continuar a dizer a mim própria que os 50 são os novos 30, há insistências em mostrar-me que nem todos os dias é assim…
Na verdade, nunca tive muito espaço na minha vida para o desporto…
Enquanto crescia, havia as aulas de educação física. E digamos de passagem que, para qualquer criança com peso a mais, eram sempre um martírio porque nos obrigavam a correr, a saltar e fazer tudo o que quem é gorducho sabe que não consegue fazer com a elegância que se exige. E para além da questão estética, há o querer; e esse querer nunca apareceu nas minhas aulas de educação física da escola.
Depois, vamos crescendo e de repente, o ter boa forma física e poder usar todas aquelas roupas que vemos nas revistas, passa a ser importante.
E lá vamos nós, arrastando estes nossos corpos que queremos transformar como borboletas, para as aulas da moda (no meu tempo eram os steps e as aeróbicas), que prometem resultados quase instantâneos.
O que faltava? Compromisso!
Porque continuavam a ser mais as aulas a que não íamos do que aquelas a que íamos… A vontade de ter aquele corpo (e não ser uma pessoas saudável e com boa forma física) não era suficiente para te levantar do sofá! No meu caso, salvava-me o facto de não me ter inscrito sozinha; e esse compromisso (com a outra pessoa e não comigo – percebem a ironia, certo?) funcionava (na maioria dos dias).
Então, quando é que isto muda?
Quando percebes que não vais viver para sempre!
E no meu caso, isso aconteceu por volta dos meus 40 anos.
Quando percebi que mais do que um corpo “fit”, eu precisava de ter um corpo que durasse. E que durasse com qualidade e com as peças todas a funcionar! Não é que tenha perdido a vontade de olhar para o espelho e gostar do que vejo refletido, mas esse gostar mudou.
É um gostar diferente, aceitando que nunca usarei uns jeans 34! Até porque nem sequer tenho a certeza que é esse grau de magreza que quero!
Então, é um olhar diferente para mim. E qualquer exercício que faça agora tem de ser algo que faça sentido para a pessoa que eu quero ser!
E saber quem somos e quem queremos ser, vem com a experiência porque já não seguimos rótulos impostos por outros, já não temos de pertencer a uma tribo qualquer, já não nos deixamos influenciar por grupos.
Fazer exercício físico com alguma idade a ser contabilizada permite-nos fazer melhores escolhas e comprometer-me com elas, por serem exatamente o que que quero.
E se não estiver contente com o que comecei, posso sempre assumir que aquele tipo de exercício não é para mim e partir em busca de algo novo ou diferente.
A cada escolha menos acertada que faço, fico mais perto da escolha certa.
E, já agora, não tem de ser apenas uma. No meu caso, descobri que são duas: a dança e o pilates.
E vou alternando!
E pelo meio, vou colocando umas quantas idas ao ginásio para fazer uns treininhos com pesos (dizem que ajudam com a perda da massa óssea).
Em todos estes momentos, tenho de me divertir!
É claro que continua a não ter piada nenhuma quando as pernas tremem ou os braços insistem em não fazer o que lhes estamos a mandar; mas, o que vejo no espelho e o que sinto dentro de mim, compensa esse esforço.
E quando digo que temos de nos divertir, é mesmo quando estamos a fazer o (bendito) do exercício.
A grande vantagem de ocupar o corpo, é deixar à mente a liberdade de voar.
Então, que, enquanto estás a fazer as esperadas repetições, permite que a tua cabeça vá para lugares melhores!
Experiências que te fizeram sentir bem!
Pessoas de quem gostas e que te gostam de volta! Independentemente do que seja, algo que te coloca um sorriso no rosto.
E, de repente, vês que a tua vontade duplica. Porque o teu cérebro está a gravar aquele momento como prazeroso! E quem não gosta de sentir prazer??
E bons exercícios!
Porque os 50 são mesmo os novos 30!! 😉
Cristina Sousa
Consultora IHTP