Resoluções de Ano Novo. São mesmo para cumprir?

Resoluções de Ano Novo. São mesmo para cumprir?

Todos os anos, no final do ano, decidimos coisas acerca da nossa saúde e bem estar.
Que vamos comer melhor.
Que vamos fazer (mais) exercício.
Que vamos ter uma vida equilibrada.
E para a grande maioria de nós, lá pelo meio do mês de Janeiro, essas nossas boas intenções, perdem-se no emaranhado que são os nossos dias…
E lá vêm os sentimentos de recriminação e frustração.

Se o fizer sentir melhor, saiba que dois terços da população com 15 e mais anos não praticou exercício físico em 2019 (dados do INE). Ainda que em 2020, 56.9% da população assumia praticar uma qualquer forma de desporto (dados de Pordata).

Encontrar essa versão perfeita de cada um de nós, em que temos uma vida perfeita e equilibrada, começa a parecer, com o passar dos anos, cada vez mais uma miragem do que uma realidade que consigamos concretizar. Na verdade, é que começamos sempre com uma boa intenção, mas como dizia a minha avó, de boas intenções está o Inferno cheio!

Então, o que será que nos falta (porque tem de nos faltar alguma coisa, certo?) para que este ano seja diferente e consigamos efetivamente aplicar tudo o que na nossa cabeça desejamos há tanto tempo?
Acredito que não nos falta nada! Acredito que temos dentro de nós, todas as necessárias ferramentas para que consigamos planear e aplicar. Mas, como qualquer app nos nossos equipamentos eletrónicos, tem de ser iniciada para poder ser usada. E essas ferramentas, na grande maioria de nós, já não são usadas há demasiado tempo para nos lembrarmos como se faz…

Por isso, a primeira coisa é percebermos de forma clara (e até o podemos pôr por escrito para que ganhe uma realidade ainda maior) para quê é que queremos fazer dieta ou voltar ao ginásio.
“Para quê” obriga-nos a imaginar como seremos no final desse processo: mais magros, mais gordos, mais saudáveis, mais fortes, mais equilibrados, etc.
Não se perca muito nos “porquês”, foque-se mais nos “para quê”! Parece semântica, mas não é: quando me foco nos “para quê” consigo perceber como será no futuro. E se esse futuro for prazeroso o suficiente, vai fazer com que que queira ir mais longe ou evitar que coma o que não devo, porque a versão final de mim vale a pena!

Depois de termos isto bem claro na nossa mente, vamos comprometer-nos com uma data para começar!
Seja para a primeira vez que vamos ao ginásio, seja para a primeira refeição equilibrada, seja para a primeira corrida.
Seja lá o que for que decidimos fazer, vamos decidir quando será, e a partir do momento que decidirmos, nada nos impedirá de o fazer. E deixem-me repetir: nada nos impedirá de fazer! Nada!

Aqui temos de ter algum autocontrolo pois a nossa mente tentará sempre encontrar a forma que ela considera como a melhor forma de poupar energia (é uma das nossas programações base e de sobrevivência). Então, se temos dúvidas ou alguns receios de não sermos capazes, a nossa mente vai aproveitar essa hesitação contra nós.
Temos de ser férreos na nossa determinação!
Volte a pensar na sua versão lá à frente e avance: vá no sentido da sua resolução!

Por fim, prepare-se para que possa, eventualmente, sentir-se algo dorido nos primeiros dias. Mas, como diz o nosso povo: primeiro estranha-se e depois entranha-se! Por isso, persista na sua resolução.
A sua versão final vale a pena esse músculo sofrido até porque não se manterá assim muito tempo. E, dentro de pouco tempo, estará a olhar para os iniciantes e pensar como faz tão melhor aquele exercício!

 

Cristina Sousa – Consultora IHTP

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