Como é que eu torno o meu filho num melhor Líder?

Como é que eu torno o meu filho num melhor Líder?

É em casa e na família que tudo começa?
Começa sempre em casa.

As primeiras disciplinas começam a partir de casa. Tomada de decisão, autoresponsabilização, responsabilidade, confiança, autonomia.

No inicio de cada ano letivo a preocupação dos Alunos dos Pais e dos Professores deverá ser sempre a mesma: O objetivo é o sucesso e a formação académica e acima de tudo humana do aluno, criando um Ser Humano confiante, autónomo, responsável, com objetivos, principios e valores, sem medo de assumir riscos.

Todos os anos no inicio do ano letivo, sensivelmente no mês de Setembro, uma parte dos Pais, matricula o aluno, neste caso o filho ou filha, compra-lhe o material escolar e tem fé, nalguns casos “fezada” de que vá correr bem.
Acham que a escola tem o papel de o educar e de o formar, e que o filho ou filha tem “obrigação” de estudar, de saber a matéria e de chegar ao final do ano e passar de ano. Com boas notas.

A meio do ano, quando não é já no final, “há-que-del-rei” é preciso contratar um explicador porque as notas estão fracas e o ano letivo não está a correr bem, ou pode não acabar bem.

Nos primeiros anos não há que preocupar porque neste momento, parece que passa tudo de ano, o pior mesmo é quando chegamos aos anos em que as notas vão ter interferência na média para a escolha do curso, porque estamos a decidir o futuro nas decisões que tomamos no presente.

Por força da nossa atividade, e do coaching, e do meu contacto com muitos Pais, com quem falo, e de também ter acompanhado o meu filho durante os anos em que estudou, tenho a consciência de que alguns Pais cometem alguns erros, eu também cometi erros, mas tenho também a consciência de que se tivesse entrado nesta área comportamental, que é hoje a minha atividade profissional, e tivesse aprendido algumas ferramentas e metodologias mais cedo, teria evitado alguns erros.

O primeiro que genericamente identifico é de que os jovens quando têm que escolher a área ou o curso que querem tirar, na sua maioria não sabem que curso devem escolher.

No universo dos alunos, há uma parte que sabe o que quer, e outra que não sabe o que quer.
E é aí que entra uma primeira realidade, quando o aluno quer escolher uma área e são os Pais que o demovem de escolher essa área, muitas vezes com o tradicional, “isso não dá”, “porque não tem futuro”, “porque não tem saída no mercado”.

Apesar de os Pais terem mais experiência de vida, “condicionar” o filho a escolher outra área que não a que o jovem quer, vai desrresponsabiliza-lo.

Quando as coisas começarem a correr mal na escola, o aluno pode e vai ter legitimidade para dizer aos Pais, “está a correr mal, porque não foi isto que eu escolhi”, porque quer queiramos quer não, ele escolheu uma área não porque quis, mas em alguns casos foi “condicionado” a fazê-lo. E quando não estamos apaixonados ou não é isso que queremos custa muito mais, ou em alguns casos custa mesmo muito estar a estudar para uma coisa que não escolheu.

Isso também se aplica quando o aluno não sabe o curso que quer escolher. E se muitas vezes são os adultos, já com alguma experiência de vida, que não sabem o que querem, quanto mais um jovem de 15, 16 ou 17 anos. Isto para não dizer que às vezes são os próprios Pais que têm afirmado e reafirmado, muitas vezes à frente do próprio filho, que estão perdidos, que “não gostam do que fazem”, que “nem vale a pena estudar porque os licenciados estão desempregados ou ganham mal”.

O jovem acaba por pensar “então eu vou-me esforçar para quê, se os meus lideres me estão a dar sinais de que não me vai adiantar muito?”

Às vezes a proximidade e a relação Pais/Filhos pode dificultar e os Pais que querem sempre o melhor para os filhos, algumas vezes não resistem à tentação de tentar escolherem eles pelos filhos, e para esses casos uma boa opção poderá ser uma sessão com um bom coach que poderá ajudar a clarificar a escolha do jovem.

Hoje muito melhor do que ter todas as respostas (porque ninguém as tem) ou boas respostas, é saber fazer boas perguntas.
Eu optei por essa opção para o meu filho, porque achei que seria o melhor para ele, que um bom coach pudesse ajudá-lo com boas perguntas naquilo que seria a escolha dele.

Mesmo que no futuro a escolha até se possa vir a revelar como uma má escolha, a escolha foi do jovem e um bom coach consegue ajudar o filho numa prespectiva diferente do que os próprios Pais, porque esses pensam em protegê-lo e pode não ser o melhor para o jovem.
E estamos a ensinar algumas disciplinas logo a partir de casa, que são a tomada de decisão e a responsabilização pela escolha.

Se correu mal corrigimos no futuro.

Uma decisão ainda que errada é melhor do que uma não decisão.

Durante a vida os adultos do futuro vão ter que tomar as suas decisões, e quanto mais cedo os ajudarmos a correrem os riscos das suas escolhas tanto melhor.

Outra questão pertinente que vejo é o inicio do ano em si.

Quais são os seus objetivos?

“Que notas queres tirar?”

Se não souberem qual é o seu próprio objetivo, como vão desenvolver um plano?

Quando está identificado o curso que quer tirar, vai saber qual é a média que precisa e aí é mais fácil. O objetivo da nota é a média que precisa para entrar na universidade.

Quem tem fé acha que vai correr bem, mas juntamente com a fé tem que vir a preparação e o planeamento e quem quer evitar a “fezada” deverá definir objetivos de média de final do ano e dividir as notas pelos 3 períodos e por disciplinas, focando no primeiro período.
Qual é a nota que quer tirar no primeiro período, e que estratégias, tecnicas de estudo, gestão de tempo, vai aplicar?
Só que … alguns jovens não sabem como trabalhar isso.
E é aí terão que entrar os Pais a ajudar os filhos. Não dizendo-lhes o que têm que fazer mas envolvendo-os para que sejam eles a participar no futuro que vão construir.

É a vida deles, por isso eles terão e deverão ter que ser envolvidos.
Mais uma vez a proximidade pode não ajudar (todos os Pais já foram jovens e tiveram a idade dos filhos, o contrário é que já não é verdade).

Quem não foi jovem e só deu razão ao conselho dos seus Pais quando já era adulto?
Uma opção que pode ajudar Pais e Filhos pode ser o Student Coaching que vai poder ajudar, na definição de objetivos, e na definição de um plano de ação, podendo envolver Pais e Filhos.

Uma primeira sessão de inicio de ano para definir objetivos, planear o ano e focar no primeiro período e definir métodos de estudo. Eventualmente alinhar a meio do período, e fazer uma nova sessão apenas no inicio do segundo período, avaliando os resultados conseguidos no primeiro período e realinhando, reajustando o objetivo para o segundo período, definindo e alinhando os métodos de estudo, de gestão de tempo com outras atividades.
Estamos a trabalhar em casa mais 2 disciplinas, a gestão de tempo e a autonomia.
Às vezes podemos ter que mudar hábitos que temos há anos, para podermos criar filhos mais autónomos, mais independentes, mas é em casa e na família que tudo começa.

A Liderança na família concertada com a escola, com uma boa escola e com bons professores, que trabalham em conciliação com as famílias vai influenciar decididamente o resultado daqueles que vão ser os Líderes do futuro.

Jorge Mendonça
Consultor IHTP e Manager da Academia de Liderança

 

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