A motivação é uma questão bastante complexa. O ser humano não tem um chip para dar um boost quando se sente desmotivado.
Fique claro que não há resultados imediatos ao nível da motivação do indivíduo por mais interessantes que sejam as soluções avançadas e pode não ser um processo muito elaborado. Qualquer indivíduo pode sentir-se motivado ao ouvir um CD ou a ler um livro! O click surge e a ação auto-orientada acontece passando a existir um(a) auto-motivado(a).

A importância dos valores e das pessoas que lideram na motivação de cada um!

As pessoas, por norma, são recetivas a mudanças, ainda que com algumas reservas. Seguramente não aceitam a violação dos seus valores, começando pelos universais e, considerando além desses, alguns em particular.
Efetivamente nas organizações pretende-se que as pessoas estejam ou sejam motivadas para um dado propósito. Em muitos casos, este anda entre o desconhecido, o falso propósito, e como li algures sobre outro assunto mas que aqui também se aplica, qualquer coisa “entre a novela e a mentira, uma quase fabulação”.

Acontece que, na maioria dos casos, as pessoas até aceitam ser lideradas mas por pessoas que sabem o que são, o que querem, para onde vão e para quem os valores são a peça fundamental da organização que lideram.

Quando uma empresa não divulga aos seus colaboradores a sua visão, missão, valores e objetivos a atingir, arrisca-se a ter colaboradores de forma temporária.

Essas pessoas estão na empresa, porque precisam de trabalhar mas com a perspetiva de ficar pouco tempo. O tempo necessário e suficiente para se mudarem para outra empresa com que se identifiquem. Identifiquem com o quê? Com os valores da nova empresa, similares aos seus, e com a congruência entre o que se diz e o que se faz. A coerência de discurso e ação, não é de todo um pormenor, antes é essencial para a motivação dos colaboradores.

Esta empresa que usamos como exemplo acima está condenada a não ter bons colaboradores. Não é por serem raros ou por não estarem disponíveis. É porque estes escolhem como empresas para trabalhar, ambientes onde o respeito, a congruência, a honestidade e a lealdade são valores respeitados, quer por quem emprega, quer por quem é empregado.

Atente-se no seguinte: os valores têm significado e escala. O valor respeito, numa escala de 1 a 12, para uma pessoa pode ser 2 e para outra um 4. A diferença é pouco considerável. Agora se para uma pessoa for um 2 e para outra um 10 ou 12, a diferença vai ser significativa. Claro que há que tentar perceber o porquê. Contudo se a justificação não for facilmente entendível ou se não existir solução para a diferença, provavelmente esta falta de alinhamento será notada na relação futura entre estas duas pessoas. Falo de pessoas porque as organizações são pessoas, as empresas são pessoas, os seus proprietários ou representante dos investidores também o são. E é bom ter isso presente, todos somos pessoas e todos precisamos de nos relacionar uns com os outros.

Não é com prémios que se motiva!

Falava de auto-motivados e, por vezes, acredita-se que com mais um prémio ou um qualquer benefício adicional, se consegue motivar alguém. Essa motivação é um autêntico fogacho e um ou dois dias depois já não conta. Já passou, já está esquecido o motivo, que venha o próximo. Fazer o que se gosta é a alavanca nº 1 para a auto-motivação. Se adicionarmos a esta uma segunda, que é a de trabalharmos com quem escolhemos e gostamos, porque partilhamos em grande parte dos mesmos valores e objetivos, é ouro sobre azul. Teremos quase sempre pessoas com uma motivação fora de série que trabalha para o seu sucesso e, dessa forma, acrescenta valor à organização/empresa a que pertence.

A intangibilidade da paixão pelo que se faz, tem um valor que me atrevo a referenciar como incalculável. Lidere pelo exemplo assente em valores fortes e terá pessoas e equipas motivadas e felizes. Sendo excelentes pessoas, são mais produtivas e felizes.

António Balau

HR & Coaching Academy Manager IHTP

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