Síndrome de Burnout: Esteja atento aos sinais de alarme!
Quando não são geridas com eficiência, as questões laborais podem comprometer a saúde física e mental de cada um de nós. A Organização Mundial da Saúde já incluiu a Síndrome de Burnout na lista de doenças, definindo-a como resultado de “stress crónico no trabalho que não foi gerido com êxito”.
Estima-se que 17,3% dos trabalhadores portugueses sofram desta condição, ainda que o seu impacto na sociedade seja desvalorizado. Importa, portanto, conhecer os sinais de alarme e agir atempadamente para evitar consequências maiores.
O que leva uma pessoa ao limite?
É muito fácil entrarmos num caminho que não estava previsto. Existe uma linha ténue entre o equilíbrio e o desequilíbrio e é importante definirmos os nossos limites, para evitar problemas de saúde como é o caso do Burnout.
As horas ou o volume de trabalho exagerado, a insegurança no emprego e a falta de apoio por parte de colegas e chefes para cumprir determinadas funções podem originar preocupação desmesurada.
O cansaço excessivo decorre, muitas vezes, de objetivos surreais, falta de clareza sobre funções e responsabilidades e oportunidade limitada para progredir na carreira. Estar sujeito a comportamento inaceitáveis é também um elemento potenciador de descontentamento.
Cada um de forma isolada ou a soma de todos estes fatores pode levar-nos ao limite sem nos apercebermos.
Sinais de alarme da Síndrome de Burnout
Mudanças bruscas de humor, falta de produtividade e afastamento das questões laborais devem ser encaradas com preocupação quando conciliadas com outros sinais. Falamos, por exemplo, de fadiga excessiva, cefaleias frequentes ou sentimentos de incapacidade ou fracasso.
Ainda que não devam ser vistos de forma isolada, estes sintomas merecem a atenção de quem os apresenta, dos colegas de trabalho e dos empregadores. A Síndrome de Burnout não afeta só os outros. Pode manifestar-se num colaborador da nossa equipa, comprometendo seriamente a sua vida pessoal e todo o trabalho conjunto.
Como diz Richard Branson, “uma equipa feliz trabalha melhor e produz mais”. É impraticável, nos dias de hoje, acreditar que se pode levar uma equipa ao limite e mantê-la no limite a longo prazo. Se as pessoas não estão felizes a cumprir as suas tarefas, vão-se embora ou fazem o trabalho de forma incompetente. A decisão é de quem lidera.
8 Conselhos para evitar o cansaço excessivo
1. Avalie o seu comportamento e aprenda a ouvir o seu corpo
Prestar atenção ao seu organismo vai ajudá-lo a ganhar consciência das causas do seu esgotamento. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, mudanças nos hábitos e estilos de vida são a melhor forma de atuar perante esta situação. Tire uma folga e faça atividades que adora com pessoas que ama.
2. Relaxe
Os exercícios de relaxamento e a meditação devem ser rotineiros, para aliviar o stress e controlar os sintomas da Síndrome de Burnout. Estas práticas ajudarão a repor as suas energias físicas, mentais e emocionais.
Convém agendar estas atividades e encará-las como reuniões ou compromissos consigo mesmo. Muitas pessoas priorizam os seus compromissos com os outros, mas não se dão o mesmo respeito.
3. Aprenda a desabafar
Partilhe as suas dificuldades com alguém de confiança. Às vezes, só precisamos de conversar com alguém que nos vai ouvir sem julgar, que está ao nosso lado para nos apoiar.
4. Faça uma alimentação saudável
Lembre-se sempre de que somos o que comemos. Por isso, adote uma alimentação variada e equilibrada e evite ingerir bebidas alcoólicas. O álcool, assim como o tabaco e as drogas, manifestam-se negativamente no estado mental de quem é propenso a um esgotamento.
5. Não abdique de 8 horas de sono diárias
Dormir bem é meio caminho andado para enfrentar o dia-a-dia com energia e vitalidade. Uma noite de sono revitalizante faz mais pela sua saúde física e mental do que imagina. Faça por dormir 8 horas diariamente.
6. Faça uma lista de tarefas e organize o seu tempo de modo a realizá-las
Aproveite o domingo à noite para planear a semana como um todo. Ao longo da semana, tire alguns minutos para projetar o dia seguinte. Além de dar um propósito ao seu tempo e à sua energia, este hábito ajuda-o a dizer “não” a tudo aquilo que não se enquadra nos seus objetivos diários, semanais ou mensais.
Em vez de encarar a lista de tarefas como uma obrigação, veja-a como uma lista de oportunidades para o seu dia.
7. Organize o seu espaço
Quando o seu local de trabalho está desorganizado, a sua mente também fica desalinhada. Arrume o seu espaço para aumentar a produtividade. O desinteresse pelas questões laborais é um dos sintomas de Síndrome de Burnout.
8. Celebre as pequenas conquistas
Por muito pequenas que sejam, as suas conquistas devem ser encaradas como vitórias. Não se menorize. Aprenda a ver o lado bom de tudo o que faz e mantenha-se motivado.
Se gosta do que faz e não consegue alterar o que está à sua volta, tente mudar a sua atitude em relação ao que o rodeia. Se não gosta do que faz, mude. É importante que, daqui a 10 anos, quando fizer uma reflexão, tenha orgulho nas suas decisões.
Só nós temos a capacidade de mudar o rumo dos acontecimentos. Seja um exemplo para a sua família. Não se acomode. Todos nós merecemos o melhor!
Elsa Lopes
Enfermeira de Cuidados Gerais
Consultora IHTP Academia de Saúde e Bem-Estar
Goatava de saber sombrero vosso trabalho
Parabéns Elsa pelo teu artigo ?