Felicidade: A importância das questões que nos fazem(os)
A felicidade é um estado que, frequentemente, relegamos para segundo plano no nosso quotidiano. Já pensou na quantidade de vezes que faz e lhe fazem questões, todos os dias? Curiosamente, estas constituem uma possibilidade de descobrirmos mais sobre nós (e sobre os outros), criando clareza. Dizemos no coaching que “nitidez é poder”. Contudo, grande parte das vezes, este conceito é-nos alheio.
Questionam-me inúmeras vezes: “Achas que posso mudar isto na minha vida para alcançar a felicidade?”. Quanto tal acontece, logicamente, respondo: “Não sei o que é possível para aquela pessoa, nem para si. Mas uma coisa sei. Se a vontade de mudar for realmente forte, verdadeira, mexer consigo, irá fazer das tripas coração para o conseguir”.
Também me colocam questões como: “Se perco este emprego, conseguirei subsistir a fazer o que verdadeiramente gosto?”. Nestes casos, respondo com outras perguntas, tais como:
- “O que sabe sobre as alternativas que tem para que isso aconteça?”
- “Do que está disposto a abdicar para dar tudo e ter sucesso?”
- “O que pode perder e o que tem a ganhar?”
Aqui há duas hipóteses. Na primeira, a pessoa escolhe ver pela lente dos problemas, do cinzento. Acaba por voltar ao lugar onde está e que, afinal, a deixa tão infeliz. Na segunda, por outro lado, opta por ver pela lente arco-íris, com muitas opções e caminhos para escolher com vista à felicidade.
Questões fundamentais para a autodescoberta
A nossa mente é responsável por criar a nossa realidade e o estado mental/emocional que vivenciamos. Em determinado momento, emite uma vibração que ecoa para os outros, que nos devolvem o retorno do que emanamos. Parece muito complexo? Mas é simples.
Não procure receber aquilo que não dá aos outros ou a si mesmo. Tem pensamentos negativos, vive dias sempre cinzentos, só vê problemas em tudo e considera as soluções uma utopia? É isso que receberá e a sua experiência mostrará por fora como vive por dentro. Quando me dizem “a minha vida corre mal, não consigo nada do que quero”, eu questiono: “Queres mesmo?”.
Em que medida se esforça por contrariar as opções que tem tomado e que o levam ao mesmo local onde sempre esteve (a chamada zona de conforto)? Está efetivamente comprometido com os seus sonhos ou com o seu objetivo de mudar coisas simples? Tem receios? Entendo-os perfeitamente. Mas o que escolhe fazer com eles?
Ontem adormeceu com a vontade firme de hoje criar um dia diferente? E fê-lo? Ou está à espera que alguém o faça por si? Na primeira dificuldade desejou voltar atrás? Quem é afinal? O que o apaixona? Como alcança a felicidade? O que o tira do sério? O que mexe verdadeiramente consigo e o faz querer, sobretudo, orgulhar-se de si e do que sabe que consegue fazer?
A consciencialização como chave da felicidade
Existem muitas pessoas que vivem alienadas da sua vida. Esperam, impacientemente, que as circunstâncias mudem e que o seu estado de espírito se altere. Aguardam que as suas experiências sejam de felicidade e que possam verdadeiramente sorrir.
Contudo, reportam sempre as mesmas queixas. Não se sentem capazes de viver de acordo com a sua autenticidade, amor e perspetiva. Vivem tudo quanto lhes sucede a empurrar com a barriga e quase sem energia vital. Eu reconheço que é uma vida enfadonha e, ao mesmo tempo, esgotante.
São essas pessoas que, às vezes, procuram ajuda no fim de linha. Já desistiram de quase tudo, inclusivamente de si próprias. Buscam o resgate de algo que decidiram deixar partir – o seu amor-próprio.
A questão passa pela consciencialização do que está a fazer consigo, com a sua vida e com a dos que ama. O senso de valor próprio é algo que parece não existir em muitos de nós. A humildade exagerada e o contentamento com o que se vive também podem agravar esta situação. Porque as pessoas tendem a pensar que existem outras “que estão bem pior”, o que as leva a resignarem-se.
Todo e qualquer tipo de questão deverá ser vista como a oportunidade de trazer à consciência o que realmente o faz querer dar mais de si, viver os seus sonhos, ultrapassar as metas que estabeleceu e conquistar a felicidade.
Andreia Dias
Consultora & Coach IHTP
Hipnoterapeuta Clínica